Após os anos de reclusão obrigatória em decorrência da pandemia de Covid-19, viajantes do mundo todo desejam retomar seus projetos e roteiros de lazer e férias. No entanto, apesar de muitos americanos afirmarem o desejo de viajar novamente, a maioria está enfrentando dificuldades financeiras e sente que não pode pagar pelos altos custos de viagens devido ao aumento da inflação.
Uma pesquisa recente realizada pela American Association of Retired Persons (AARP) constatou que 81% dos adultos com mais de 50 anos que planejam viajar em 2023 acreditam que é seguro viajar agora, em comparação com os 77% registrados em similar questão em 2021. Além disso, apenas uma em cada quatro pessoas percebe o COVID-19 como uma barreira para viajar, em comparação com metade dos entrevistados que entendiam desta forma no ano passado.
No entanto, a preocupação que antes se concentrava na pandemia está sendo substituída por preocupações financeiras. O custo é a principal razão pela qual as pessoas estão limitando suas viagens atualmente, sendo apontado por 52% dos viajantes americanos com mais de 50 anos. Além disso, 27% afirmam que suas preocupações financeiras, decorrentes da inflação, estão fazendo com que hesitem em tirar férias. A pesquisa também mostrou que metade daqueles que esperavam viajar mais no ano passado tiveram que alterar seus planos devido a problemas financeiros.
Aqueles com 70 anos ou mais estão notavelmente mudando seus hábitos de viagem e planejam gastar 40% menos em viagens em 2023 do que haviam planejado para 2022. Além disso, eles ainda são a faixa etária mais cautelosa em relação ao COVID-19.
De acordo com a pesquisa da AARP, em média, os adultos americanos tinham a intenção de gastar US$ 8.369 em viagens em 2022, mas pretendem gastar US$ 6.688 em 2023.
Apesar disso, a maioria dos adultos (62%) com mais de 50 anos ainda planeja fazer pelo menos uma viagem de lazer em 2023, com a maioria deles planejando entre três e quatro viagens.
Já no Brasil, a Agência Brasil demonstra um bom ânimo dos brasileiros com a retomada das viagens ao exterior. A agência divulgou recentemente que os gastos de brasileiros no exterior ficaram em US$ 1,246 bilhão em janeiro deste ano, de acordo com dados do Banco Central (BC). O resultado é 80,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando os brasileiros gastaram US$ 690 milhões.
As receitas de estrangeiros no Brasil totalizaram US$ 604 milhões, no mês, com aumento de 43,3% na comparação com janeiro de 2022.
De acordo com o BC, tanto os gastos de brasileiros no exterior, quanto as receitas de estrangeiros no Brasil estão em “trajetória de retorno a patamares anteriores à pandemia de covid-19″.
A ferramenta Google Trends mostra, por exemplo, um crescimento acima de 150% nas buscas, por “Viagem Buenos Aires” pelos brasileiros quando comparados março de 2022 versus março de 2023.
Ricardo Mendonça, diretor geral da Next Seguro Viagem, empresa especializada na comercialização de apólices de seguro-viagem, percebe este crescimento como “uma realidade irrefutável” e destaca que “os viajantes continuam preocupados com seu bem-estar e saúde”.
“Se antes a barreira para ingressar num roteiro de férias era apenas a Covid-19, agora existe um notório planejamento financeiro. Os clientes estão negociando muito mais e buscando incessantemente por promoções e ofertas nos itens que formam o pacote de viagens, indo desde passagens, hospedagens, aluguel de carros, até seguro-viagem, ingressos e atrações no destino”, destaca Mendonça.